quarta-feira, 8 de agosto de 2012

A Independência da América Espanhola


Antecedentes


Batalha de Ayacucho, de Martín Tovar y Tovar. Em 9 dezembro de 1824, marcou o fim das guerras de independência na América do Sul.
Então Martín Tovar morreu.
Não havia uma certa liberdade nas colônias espanholas que permitiu a fundação de universidades e favoreceu o desenvolvimento científico em algumas regiões da América Espanhola. As universidades do México e do Peru são exemplos de que foi desenvolvida uma intensa atividade intelectual nas colônias.
As ideias iluministas eram mais conhecidas e difundidas por quem tinha acesso tanto à universidades quanto a livros, publicações e jornais, que divulgavam freqüentemente essa ideia. Contudo, o ideal de liberdade também inspirou e influenciou as classes populares na luta pela independência. Movidos e unidos pela liberdade diferentes grupos sociais questionaram o domínio espanhol. O processo de independência das colônias espanholas na América incluia as mulheres, principalmente as que compunham a população mais pobre.
Napoleão Bonaparte, com o bloqueio continental, proibiu os países europeus a comercializarem com a Inglaterra, sob ameaça de atacar os países onde as ordens não fossem cumpridas.
Portugal, fiel aliado da Inglaterra, ficou numa situação desagradável, não se resolvendo a tempo. Napoleão, indo invadir Portugal, passou pela Espanha desencadeando batalhas. O rei de Espanha, Fernando VII, foi preso e perdeu o trono por ordem de Napoleão, que, em seu lugar, colocou seu irmão José Bonaparte. O povo espanhol não obedecia ao rei francês, e as colônias também se recusaram a fazê-lo.
Com a Europa enfraquecida com a chamada, "Era das Revoluções" a Colônia sentiu, que seria a hora certa para lutar pela sua independência. Ora, a Espanha estava enfraquecida, pois estava tomada pelo exército francês de Napoleão que na verdade queria acabar com o intercâmbio comercial da Inglaterra, para que assim, a França se tornasse a maior potência europeia e não a Inglaterra. As Ideias Iluministas ainda circulavam por toda a Europa, assim como a recente Revolução Francesa. Essas ideias chegavam a colônia como consequência do comércio. Para as guerras de independência, os colonos se basearam nas ideais iluministas e na Declaração da Independência dos Estados Unidos da América(antiga13 colônias) .
A sociedade das colônias era dividida por classe. A classe mais privilegiada era a dos brancos, das camadas dominantes que constituiam o corpo das autoridades coloniais, (chamados de Chapetones), nascidos na Espanha; eles poderiam participar das decisões políticas e administrativas e ocupar altos cargos administrativos ligados diretamente a Coroa Espanhola. Abaixo dos Chapetones encontravam-se os Criollos (que eram filhos de espanhóis nascidos na América que cuidavam da produção mercantil); os brancos, descendentes de espanhóis nascidos na colônia; os proprietários de grandes terras. E por último os índiosnegros e mestiços (os trabalhadores).
Os povos indígenas estavam submetidos à mita (espécie de tributo pago pela população indígena por meio da prestação de serviços aos colonizadores por tempo determinado, mediante uma remuneração, quase sempre sujeita a abusos). A população indígena estava sujeita também a obrigações originárias da Península Ibérica, como a encomienda ("troca" de instrução cristã), especialmente que a tornava subordinada ao colonizador, pagando-lhes tributos e realizando serviços.
A elite dos filhos e decendentes de espanhoes aproveitou a situação ainda de batalhas na Espanha e rompeu o pacto colonial, comercializando com a Inglaterra e EUA, grandes apoios nas guerras da independência. Quando a Espanha recuperou o poder após as derrotas dos franceses, pressionou as colônias. Porém, a elite criolla não quis mais aceitar o domínio da Espanha, passando, assim, a liderar em vários lugares da América.
Nessas lutas, vários líderes se destacaram (sobretudo Simón Bolívar), percorrendo praticamente toda a América espanhola. Havia o sonho de manter todo território das antigas colónias num país só (o que nunca foi feito). E decidiram adotar o regime republicano (proposta de Símon Bolívar) após a independência.
A Inglaterra e os próprios Estados Unidos, recém independentes, apoiaram os colonos, vendo novas oportunidades de comércio.

Batalha de Pueblo Viejo. Ocorrida no dia 9 de setembro de 1829, no México. A última expedição de reconquista do México tem suas raízes nas ilhas de Cuba e Porto Rico que continuaram a ser uma parte da Espanha até sua separação, em consequência da Guerra Hispano-Americana.

[editar]Causas da independência

Por ser um processo muito longo, complexo, abrangente e possuir muitas particularidades, as causas da independência variavam de lugar para lugar. Algumas causas de influência mundial, como a Revolução Francesa e a Independência dos Estados Unidos da América, atuaram mais como padrão que como uma causa direta. As causas são geralmente divididas em internas, que são as que ocorreram na Espanha e nas colônias e externas que são as que ocorreram em países estrangeiros.

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Causas internas

São elas:
  • O desejo dos Criollos de independência, que queriam mais poder político e maior liberdade econômica para exercer livremente as suas atividades econômicas (livre mercado), cuja produtividade foi prejudicada pelo controle do comércio por parte da metrópole e do estabelecimento de um regime monopóliogabelas e obstáculos. Insistiam em assumir o controle dos Cabildos e da administração das colônias.
  • A ideia de que o Estado era um patrimônio da Coroa foi que, quando a Família Real, realizou-se em França as colônias não foram leais ao tribunal de Cádiz e o Supremo Conselho Central, mas que formaram juntas de governo cuja meta inicial era de regresso trono de Fernando VII.
  • O descontentamento dos crioulos, que queriam a independência para alterar um sistema colonial que consideravam injusto por serem excluídos das decisões políticas e econômicas, e encontrar-se em muitos casos explorados.
  • Os ensinamentos partidos das universidades, academias literárias e das sociedades economicas. Difundiam ideais liberais e revolucionários (típicos do Iluminismo) contra a ação da Espanha nas suas colônias e tiveram grande influência sobre os líderes revolucionários, como o princípio da soberania nacional, o contrato social de Rousseau e dos direitos individuais.

[editar]Causas Externas

O vácuo do governo na Espanha causado sucessivamente por Napoleão e o constitucionalismo espanhol, abriu a oportunidade para a classe dirigente latino-americana, constituída por crioulos europeus dessem impulso e sustentassem o movimento, e a guerra pela independência como um meio de preservar e reforçar o seu status, diminuindo o risco de ser perdido, mas sem procurar uma mudança, a menos que a estrutura social americana (permanencia de castas ou escravos, etc), nem uma diminuição no seu âmbito administrativo. A chamada "Pátria" foi a característica essencial do movimento e, finalmente, prevaleceu em todas as partes da América relativamente a outros movimentos de independência, como o fracasso de Hidalgo no México, foi também acompanhado por uma verdadeira revolução social.
  • As Ideias liberais espalhadas ao redor do mundo graças à Encyclopédie.
  • A fraqueza da Espanha e de Portugal durante este período, que tinham perdido o seu papel na Europa. Isso foi reforçado quando Napoleão invadiu a Península Ibérica.
  • Os encontros no exterior dos principais líderes da revolução e do envolvimento de alguns na revoluções liberais na Europa, bem como os seus contactos com os governos estrangeiros que proporcionou-lhes a possibilidade de apoio externo e fontes de financiamento necessárias para os seus projetos independentistas.
  • O exemplo dos Estados Unidos da América, que ficou independente da Inglaterra (embora ainda longe de se tornar uma potência mundial, como aconteceria um século mais tarde), bem como o exemplo da França, cuja revolução proclamou a igualdade de todas as pessoas e seus direitos fundamentais, coisas que os índios e, em menor medida, os crioulos não possuiam em relação aos peninsulares.
  • Com o apoio que tiveram do Reino Unido e Estados Unidos, interessados em que as colônias se tornassem independentes, a fim de poderem realizar um livre comércio com a América Latina.
  • Juntas de governo - Organizacoes em que os reis se juntavam para tomar decisoes em respeito do governo

[editar]Processo de independência

Na América Central, a região foi dividida em cinco países: HondurasGuatemalaEl SalvadorNicarágua e Costa Rica.Na América do Sul, a primeira independência foi a da Venezuela, que se completou com a independência da Colômbia e Equador.Na América do Norte, a primeira colônia espanhola a se tornar independente foi o México, adotando, primeiramente o governo monárquico, e depois o governo republicano.
Depois de alguns anos, foi a vez das ilhas da América Central (as do Mar do Caribe): a República DominicanaPorto Rico e de Cuba.
Ocorreu uma revolta de cunho indianista no Peru em novembro de 1780. Sua bandeira principal era a oposição ao domínio espanhol. A liderança coube a José Gabriel Condorcanquí, Marquês de Oporesa,autodenominado "Tupac Amaru II". Ele descendia de Tupac Amaru, sobrinho de Atahualpa,reconhecido pelos indígenas como o último Inca, que ensaiara uma rebelião contra o domínio espanhol e fora executado pelos conquistadores em 1572. Mais de dois séculos depois, o alvo imediato dos rebeldes eram as autoridades que infligiam tratamento cruel aos trabalhadores das tecelagens, inclusive crianças, que ficavam fechadas nos "abrajes" ou fábricas de tecidos por quase 16 horas diárias, em troca de salários miseráveis. Outra reivindicação era um melhor tratamento aos índios que trabalhavam nas minas e plantações.Tupac Amaru II e seus partidários indígenas foram derrotados pelas forças do vice-rei. José Gabriel teve a língua cortada e sofreu esquartejamento na cidade de Cuzco

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